Bruno Oliveira
4 min readNov 2, 2022

Pense política!

Sabem o que sabiofobia? É a aversão ao conhecimento. Isso foi algo implantado como uma doença contagiosa e silenciosa na sociedade ao longo desses séculos.

Vejam, se eu falo que pra discutir física você deve estudar preceitos básicos e livros didáticos que te ensinem que não deve jogar objetos frágeis no chão por questão da lei da gravidade, que consequentemente quebrará o objeto, todos aceitam. Se falamos pra não deixarem alimentos sem refrigeração, por motivo de uma lei da química que engloba a decomposição de matéria orgânica, seria algo óbvio.

O mesmo digo que, para falar de política, se deve estudar livros base para entender a dinâmica das relações, da teoria geral do estado que é elementar para o esclarecimento político ou obras clássicas, mas isso ninguém aceita. E estaríamos comendo alimentos podres e quebrando coisas, caso não tivéssemos tido as ciências básicas em nosso ensino fundamental.

Afinal faz mais de 2.000 anos que política é tida como ciência, e a evolução da história, foi otimista, crendo que a sociedade teria noção mínima sobre seus preceitos.

Porém em algum ponto falho, os grupos governantes em sua sede de poder entendeu que sobre esses assuntos, seria melhor o povo permanecer ignorante, privando a sociedade do ensino básico de obras básicas ou privando certo grupos do exercício de escolha de líderes e decisões importantes. O coliseu foi construído para comportar a população justamente no momento que o senado de Roma se reunião para decidir o futuro da República. ( Vejam, hoje temos o futebol, nada mudou. )

E assim entendemos erroneamente que a democracia seria apenas o direito do acesso a escolha do governante, sem entender que o verdadeiro privilégio é o acesso ao conhecimento .

E ficamos presos ao pão e circo, queremos alimento e entretenimento e o básico das ciências em nossa formação para entender como manter esses com privilégios, mas ninguém se revolta a falta de ensino nas ciências de economia e empreendedorismo para formarmos empreendedores, invés de operários, e do ensino de política para termos discernimento e o surgimento de lideranças fortes que representem as demandas fora dos grupos, que sempre permaneceram no poder ao longo do tempo. Durante anos te fizeram acreditar que o PSDB, era inimigo do PT, e hoje estão juntos em um novo governo ?! No mínimo estranho não?

Brigamos pelo direito de ter o peixe sem nos darmos conta que somos capazes, assim como nas outras ciências, de compreender os conhecimentos mais nobres, que cuidam do poder sobre os cursos da nação e não nos revoltamos por não nos ensinarem a pescar.

Assim, invés de jogadores de xadrez nos tornamos peões nos tabuleiros e massa de manobra de grupos pseudo intelectuais que nos passam a falsa impressão de que lutam por nós. Nos deixam entretidos com nossas emoções básicas e instintos enquanto concentram em seus círculos restritos o conhecimento que seria sim facilmente compreendido assim como os básicos de preservação de alimento e cotidiano, porém esses não ameaçam a permanência desses grupos em suas hegemonia de poder.

A transcrição abaixo é do escritor Noberto Bobbio.

“Então o princípio fundamental é não fazer aos outros o que não quer que fosse feito a você. Esse é o princípio fundamental da moral, que é um princípio religioso, pmas também um princípio racional, porque você pode argumentá–lo, pode dizer, você mata, mas você gostaria de ser morto. É um pensamento muito banal, muito simples, a moral é racional. Agora, eu acredito que sempre existirá a moral, que existem sempre esses princípios morais, porque, repito, eles fazem parte, assim, da natureza do homem, sobretudo da natureza do homem em relação aos outros homens. Que depois sejam mais ou menos praticados esses princípios, praticados mais ou menos hoje, francamente, não sei, espero, mas quando eu digo que não sou muito otimista é porque eu não tenho muita confiança no progresso moral da humanidade. Progresso técnico, progresso científico, progresso social, mas no progresso moral da humanidade não tenho muita confiança.
É muito difícil saber dizer em que coisa estamos errando. Por uma razão muito simples, que geralmente não nos acreditamos de erros enquanto fazemos. Os erros são descobridos pelos posteriores. São eles que em algum momento dirão, vocês erram mas nós não sabemos em que coisa erramos. Se nós só sabéssemos, não cumpríamos certas ações. Eu acredito que é difícil responder porque o erro é sempre descoberto depois. É o sentido depois, é muito justo. É por isso que em algum momento dizemos que a história não se faz com o se. Mas os posteriores farão com o se, dirão, se vocês faziam assim, se vocês não faziam assim, as coisas seriam diversas. Essa é a minha resposta.

Ah, escute, eu não tenho talismãs porque devem ser três, talvez porque três é o número perfeito, não sei. Meu talismano, o princípio em que eu acredito, o grande princípio em que eu acredito é, eu não sei, o princípio da tolerância. universal. Se quisermos passar por esse princípio para outros, chegar ao número 3, eu adicionaria corrolários a esse princípio. Que são dois, o respeito da verdade ao outro, que é, naturalmente, o fundamento da tolerância. E o outro, a renúncia a acreditar que possui a verdade absoluta.”

Bruno Oliveira

Mestre Maçom da Loja Colunas da União n175 - Grande Loja do Paraná. Administrador de Empresas, Professor e Coordenador na UNIPAR - Universidade Paranaense .